domingo, março 16, 2008

Cálice

tenho o vinho nas veias
a romper-me os muros
e as auroras
tenho os taninos fechados
em aromas proibidos
e o cálice dança ligeiro
entre os teus dedos estendidos
como o desejo de corpos
nas masmorras reprimidos
liberdade, palavra, verdade
puro desejo na língua
na saliva, no lábio, no beijo
e o sangue é vinho a ferver
na garganta o grito a escorrer
e tu dás-me o teu cálice de pé
olhando o infinito
para eu nele beber.