quarta-feira, novembro 11, 2009

Esta noite, quando te deitares




Esta noite, quando te deitares
Deixa a janela aberta,
Para que o vento norte me transporte
E me faça entrar.

Esta noite, quando te deitares
Põe uma gota de perfume no umbigo,
E deixa que o sono te embale,
E diz baixinho o meu nome.

Esta noite, quando te deitares,
Deixa que o lençol revele as tuas coxas,
Pousa a mão no teu seio, sem receio
Enche a atmosfera de ti.

Esta noite, quando te deitares,
Se sentires que te desejo.
Que em teus lábios deposito um beijo
E que me deito mesmo a teu lado…

Não penses, guia-te só pelo que sentes,
Prende-me a língua entre os dentes,
Afaga-me os cabelos com os dedos
Constrói comigo novos segredos,

Entrelaça-te em mim,
E pertinho do fim acorda,
Deixa-me enamorado.
Porque o desejo morre,
Quando é saciado.

E tu és fonte eterna,
Doce magia a crescer,
E teu olhar é sede,
E o teu corpo é bom de beber.

Namoro é caça, é jogo,
Não tenhas pena de mim.
Sofro pelo que não tenho,
Morria se chegasse ao fim!


Alexandre

quarta-feira, julho 08, 2009

Perfumes secretos





Sou menino curioso espreitando os teus mistérios
Sou desvendador de segredos
Tenho gostos, tenho desejos e tenho medos.
Sou num instante insasiável amante
e no no instante seguinte desvaneço-me no ar.
Sou o cheiro das tuas coxas,
da saliva nos teus lábios
da nossa pele.
Colecciono perfumes secretos,
movimentos incertos,
e bebo no teu favo o mel.

terça-feira, junho 16, 2009

No teu corpo

Sou cartapácio de poemas por escrever
Nós artríticos e preguiçosos dos meus dedos
Sou segredos inconfessáveis de eunuco
O nada todo que preenche a vida
Sou electrizante confusão no vácuo
Massa que as leis já não dominam
Bosão artefacto que ensinam os doutores
E vivo ardendo sem oxigénio
Sem oficio, sem negócio, sem génio.

E provavelmente estou morto e não sei!

Sou as contas por fazer e a rotina
Palhaço jornaleiro que se vende
À hora que o minuto é diminuto
E não se dividem os cêntimos no meu valor.

Bebo nas fendas das rochas o mel supremo
Há néctar nas flores do meu desejo
Tenho lábios tenho dedos tenho sexo
Sobrelevo-me a mim
Divino verso de palavras sem nexo
Que te abrem como um beijo.

E se vivo todos os dias morto,
Vivo quando morro no teu corpo.

domingo, maio 24, 2009

A Noite não tem plural

Em segredo visito as areias da praia
Em que tu te estendes.
Em segredo te digo palavras de amor
Que só tu entendes.

Em segredo te grito o que trago no peito
E me trava a garganta.
Em segredo penteio entre os dedos cabelos
De oiro e de esperança.

No segredo da noite fui homem maduro
Lavrando em teu peito.
Fui menino brincando em recreios vadios
De um lar já desfeito.

Andei à deriva ansiando o teu sinal
Esta noite, não tem plural.

Nas bocas caladas plantámos um beijo
De fogo e ternura.
O sangue e saliva deram de beber
À nossa loucura.

E corri num abraço apertado e profundo
Para dentro de ti.

Num segundo fui rei, e no outro morri.

Esta noite, meu corpo se liberta
Num voo final.

Esta noite, não tem plural.

segunda-feira, abril 27, 2009

Sabes-me

A tua boca soube-me a melância
E a sede urgente do meu desejo
Saciou-se no gosto desse beijo

A tua boca soube-me a canela
Naquele outro beijo dado a medo
Sabe-me a canela o teu segredo

A tua boca sabe-me a pimenta
Com a lingua entre os dentes de marfim
Melancia, canela e depois... sabe a mim!

segunda-feira, abril 20, 2009

A fronteira não é um risco

Apenas um olhar, uma palavra,
um silêncio demorado.
Um abraço que desce, enlaça,
mãos nas ancas pousadas.
Dedos curiosos atrevidos
os teus lábios explorando,
saliva, sal, língua,
desejo louco provando...
Teus lábios abrindo,
floresta em fogo,
sangue quente,
fervendo como lava!
Apagando fronteiras,
eliminando o risco,
criando horizonte
onde o limite estava.

Meu peito nas tuas costas,
teu seio na minha mão,
corpos fundidos no espaço,
sincronia de coração.
Dissolvo-me no teu fluir,
corrente a que não resisto...
Na loucura do sentir
a fronteira não é um risco!

quinta-feira, abril 09, 2009

Ao teu sol

As tuas mãos são um verso
de um poema de amor
os teus olhos são lume
o teu seio fervor
o teu olhar infinito
o teu sorriso luminoso
a tua boca é um lago
onde me banho gostoso
teu corpo todo inteiro
um livro de poesia
que guarda lá bem no meio
um sol cheio de alegria

domingo, abril 05, 2009

Faz-me um desenho

Como era que tu dizias?

O risco o perigo tamanho?

mais que o beijo fugidio...

Faz-me lá o desenho!



Mais doce ainda que o beijo,

desafiante quase louco...

Por mais que faças desenhos

vai saber-me sempre a pouco!

quinta-feira, abril 02, 2009

Aos solavancos (II)

Aos solavancos meu coração avança,
por caminhos que desejo percorrer
Aos solavancos, o mundo dança,
com o desejo que está entre nós... a arder!

As bocas, as línguas, os lábios
Os olhos, as mãos a pele
Em febris movimentos sábios
sulcando ondas de mel.

Perdemos-nos num beijo,
a Terra pára entretanto,
e dominados pelo desejo,
arrancamos mais um... solavanco.

O segredo, o terror, o medo,
são fortes mas não evitam,
dois corpos que aos solavancos,
contra a parede se agitam...

terça-feira, março 31, 2009

Original of the species - U2



Baby slow down

The end is not as fun as the start

Please stay a child somewhere in your heart

I’ll give you everything you want

Except the things that you want

You are the first one of your kind

And you feel like no one before

You steal right under my door

I Kneel’ cause I want you some more

I want the lot of what you got

And I want nothing that you’re not

Everywhere you go you shout it

You don’t have to be shy about it

Some things you shouldn’t get to good at

Like smiling, crying and celebrity

Some people got way to much confidence

Come on, show your soul

You have been keeping your love under control

And you feel like no one before

You steel right under my door

I kneel’ cause I want you some more

I want you some more

quinta-feira, março 26, 2009

o tom que nos teus olhos me fascina

O tom que nos teus olhos me fascina
de luz difusa brilhante e alegre
cruza o meu olhar num instante breve
e nele vejo um riso de menina.

Não há céu mais azul nem mar mais verde
não há silêncio mais purificante.
Não há Sol que à beira mar se levante
que supere em beleza o ver-te.

Definir esse tom é impossível
tinha de inventar termo referente:
conceito entre o tangente e o intangível.

Com a cor da roupa fica diferente...
Pergunto a mim mesmo se é possível
que sem a roupa fique tranparente?

quarta-feira, março 25, 2009

Memórias de um beijo (Trovante)




Lembras-me uma marcha de Lisboa
Num desfile singular.
Quem disse
Que há hora e momento para se amar ?

Lembras-me uma enchente de maré,
Com uma calma matinal.
Quem foi, quem disse
Que o mar dos olhos também sabe a sal.

As memórias são como livros escondidos no pó,
As lembranças são os sorrisos que queremos rever devagar.

Queria viver tudo numa noite
Sem perder a procurar
O tempo ou espaço
Que é indiferente pra poder sonhar.

As memórias são como livros escondidos no pó,
As lembranças são os sorrisos que queremos rever devagar.

Quem foi que provocou vontades e atiçou as tempestades e Amarrou o barco ao cais ?
Quem foi que matou o desejo e arrancou um lábio ao beijo e amainou os vendavais ?

As memórias são como livros escondidos no pó,
As lembranças são os sorrisos que queremos rever devagar.

Não te quero nua



Não te quero nua,
mas adoro ver-te despir.

sexta-feira, março 13, 2009

Atiça-me!

Ah... diz-me mil vezes que não
e depois de mansinho
põe a tua na minha mão.

Fala-me do tempo da chuva
da neve fria, do El Niño,
e dá-me de repente o mais doce beijinho.

Conta-me o que tens vestido,
oculta-me os teus segredos...
e depois, devagarinho, vai vencendo os teus medos.

Deixa-me dizer-te ao ouvido
versos de amor eterno,
e faz de mim a fogueira que atiças no frio Inverno!

terça-feira, março 10, 2009

Leio-te

Leio-te em silêncio,
com as palavras tomando formas
como as nuvens brancas numa tarde de Verão.

Leio-te e desvendo,
desvendo o que me escondes,
mistério teu ou minha imaginação?

A tua pele é magma,
é veludo, é seda da China,
teus olhos flores em vestido de menina.

E os teus lábios
sorriem e deixam-me a sonhar,
quantas mensagens em Braille me deixas tu decifrar?

segunda-feira, março 09, 2009

Teleférico



Foto original:
Vmago



Sentinelas inertes
flanqueando a passagem.

Tuas asas abertas,
ocultas, obscenas.

Chorrilho de palavras
cúmplice do desejo.

Encimando a gávea
desmedido, acossado
labaredas âmbar e carqueja.

Num gesto brusco se sustenta,
fazendo silêncio como quem beija!

sábado, março 07, 2009

Jogo perigoso


Foto de Paulo César


Vultos corpos carnes
bailando de corpo nu
história contada em gestos
a personagem central és tu

Disseram-te que não está bem,
ética, respeito, moral...
O que é feito por amor,
está além do bem e do mal!

quarta-feira, março 04, 2009

Fly me to the moon



Poets often use many words
To say a simple thing.
It takes thought and time and rhyme
To make a poem sing.


With music and words I've been playing
For you, I have written a song.
To be sure that you'll know what I'm saying,
I'll translate as I go along...


Fly me to the moon,
And let me play among the stars.
Let me see what spring is like
On Jupiter and Mars.


In other words,
Hold my hand.
In other words,
Darling, kiss me.


Fill my heart with song,
And let me sing forever more.
You are all I long for,
All I worship and adore.


In other words,
Please be true.
In other words,
I love you.

Our secret life


Her secret life I - Jack Vettriano


Sou eu... lembras-te?
E poderia eu esquecer a tua voz?
Estou diferente...
Estamos diferentes!

Posso?
Podes sempre...
Agora?
Agora não, mais tarde.

Fiz a peça, mas tu não vieste!
Não me disseste.
Tu fugiste, lembras-te?
Tinha de ser,
não aguentava a pressão,
a incerteza, a mentira...

Tens ido a Sintra?
Há sítios mais mágicos...
Quais?
Praias de areia fininha onde és sempre menina...
Cala-te.

Falo de mais?
Falas sempre de mais!
Porque tu não me ouves...
Parvo!
Queria perceber... Explicas-me?
Talk to the hand...

Já sei: ... 'cause the face isn't listening!
Aprendeste algumas coisas comigo...
É, eu gosto muito de aprender, nem sempre gosto é de ser ensinado!
Estúpido!

Há coisas que não mudam...
Muda tudo...
Eu não mudo...
Talvez seja isso que tens de pior em ti...
A imutabilidade?
A falta de consciência!

Sentes culpa?
Sinto sempre...

Vais desligar?
Vou...
Voltamos a falar?
Um dia... who knows?

domingo, março 01, 2009

Pode o coração sentir o que os olhos não vêem? - Unfaithful Rihanna



A moeda tem dois lados
nunca tem os dois voltados para cima
revelar um é esconder o outro.

A mulher que é minha
e a mulher que é dele.
Nós não sentimos a presença um do outro
até que tu queiras,
até que tu nos ponhas aos três à prova.

Olhos que não vêem,
coração que não sente.

É, talvez, a consciencia de que és tu que decides
que te faz fechar a porta
que te faz não sair
que te faz não vir

é sempre por ti,
nunca por ele,
e ainda menos por mim!

sábado, fevereiro 28, 2009

Because you have to make this life liveable - Strangelove (Depeche Mode)


Therell be times
When my crimes
Will seem almost unforgivable
I give in to sin
Because you have to make this life liveable
But when you think Ive had enough
From your sea of love
Ill take more than another riverfull
And Ill make it all worthwhile
Ill make your heart smile

Strangelove
Strange highs and strange lows
Strangelove
Thats how my love goes
Strangelove
Will you give it to me
Will you take the pain
I will give to you
Again and again
And will you return it

Therell be days
When Ill stray
I may appear to be
Constantly out of reach
I give in to sin
Because I like to practise what I preach
Im not trying to say
Ill have it all my way
Im always willing to learn
When youve got something to teach
And Ill make it all worthwhile
Ill make your heart smile

Pain will you return it
Ill say it again -- pain
Pain will you return it
I wont say it again

I give in
Again and again
I give in
Will you give it to me
I give in
Ill say it again
I give in

I give in
Again and again
I give in
Thats how my love goes
I give in
Ill say it again
I give in

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Semente I

Sabes, amor
é como uma semente
a palavra que lanças no meu coração
é um rio, uma torrente, um turbilhão
um adjectivo ainda por inventar
um nome próprio sem padrinho
um vagabundo de pés negros
deitado de bruços à beira do caminho
e uma fada que se balouça num ramo
a mil e quinhentos pés de altura
dança nua numa praia infinita
todos os animais do mundo a acham bonita
o príncipe encantado ofereceu-lhe um palácio
no monte selenita
apanhou-os no banho enquanto o sedutor dormia
com a lamina fria que trazia presa à coxa cor de mel
cortou-lhe a garganta e bebeu-lhe o sangue devagarinho
o príncipe chorou e ela, arrependida,
jurou-lhe amor eterno e a negação do desejo,
deu-lhe aquele olhar cândido
e um beijo.

Sabes, amor
é como a semente, plantada bem no meio
do coração da gente.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Bastidores


Luis Royo

Cortina de palco por abrir
silêncio impaciente
mãos cúmplices
olhares quentes
na penumbra dos bastidores.

não és tu,
e ainda não és a personagem a fazer
no momento antes da deixa,
és tão somente mulher!

quinta-feira, janeiro 01, 2009