domingo, março 18, 2012

Dedos


lembro-me do chão onde nos amámos
do soalho duro em que moldámos os nossos corpos
e do tecido suave em que nos envolvemos
esta pele de dedos e sol
mármore branco
a tua joia rubi
leite, mel, amêndoas
dedos compridos
dedos atrevidos
imensos
em ti, em mim, na pele
nos sonhos nos segredos
nas coxas
a última peça de tecido
o reduto da moralidade
a fragilidade da muralha
que o desejou derrubou
só não sabe do que falo
aquele que nunca amou!
O desejo turva-me a consciência... 
turba-me o espírito, atiça-me o sangue!

sábado, março 17, 2012

Embala-me

Segura-me em teus braços
aperta-me no teu peito
deixa tombar sobre o meu rosto os teus cabelos

Conta-me devagarinho
uma história de encantar,
um poema, uma cantiga, um soneto de amor eterno.

E como numa dança,
como mãe e criança,
embala-me em ti, assim, docemente... até ao fim!

 Foto daqui

domingo, março 04, 2012

Sentir



Fechar os olhos e sentir
Sentir a pele que vive
Sentir o chão que vive
Viver no chão
Viver do chão
Ser dedos
Ser palmas
Ser pés
Ser mãos

Ser boca
Ser curvas e linhas dos nossos corpos
Ser curvilínea no toque
Ser toque
Ser carícia
Ser arrepio
Ser manta estendida no chão frio
Ser corpo a abrir
Ser, ser... Sentir!