domingo, março 18, 2012

Dedos


lembro-me do chão onde nos amámos
do soalho duro em que moldámos os nossos corpos
e do tecido suave em que nos envolvemos
esta pele de dedos e sol
mármore branco
a tua joia rubi
leite, mel, amêndoas
dedos compridos
dedos atrevidos
imensos
em ti, em mim, na pele
nos sonhos nos segredos
nas coxas
a última peça de tecido
o reduto da moralidade
a fragilidade da muralha
que o desejou derrubou
só não sabe do que falo
aquele que nunca amou!

1 comentário:

Paula Pires disse...

Lindo! Directo, intenso, profundo...enfim, tudo dito!