in-FIDELIDADES
quarta-feira, julho 03, 2019
Mas hoje não
Quando os meus olhos
se afogarem nos teus,
acenderão fornalhas,
brilhando na praia, em noites de Verão
Quando os meus olhos
se afogarem nos teus...
Mas hoje não!
Quando os meus dedos
se entrelaçarem nos teus,
tecerão colchas douradas
como espigas de milho, prometendo pão
Quando os meus dedos
se entrelaçarem nos teus...
Mas hoje não!
Quando os meus lábios
tocarem nos teus,
Nascerão cravos e rosas
rompendo o vazio, colorindo o chão
Quando os meus lábios
tocarem nos teus...
Mas hoje não!
Quando os meus beijos
se fundirem com os teus,
inventaremos palavras
para podermos escrever a nossa canção
Quando os meus beijos
se fundirem com os teus...
Mas hoje não!
quarta-feira, março 14, 2018
Interstícios
INTERSTÍCIOS
Tens ventre de terra-mãe
Nas florestas tropicais
De dentro de ti fluem
Fragrâncias primordiais
Tu és fonte cristalina
De água para beber
Tens sorriso de menina
Tens da loba o saber
Nesse corpo diamante
De jóia por lapidar
Há um rio inconstante
Que corre em busca do mar
Há uma alma que grita
Em rituais sacrifícios
Espaço vazio que fica
Em secretos interstícios
Foram apenas palavras
Num poema por escrever
Versos que te inundavam
O espaço por preencher
Debaixo da pele te corre
Um rio de amor sem fim
Um desejo que não morre
Contigo abraçada a mim
Os interstícios que houvesse
Da mais pequena medida
Ah, meu amor se eu pudesse
Enchia-os todos de vida!
quarta-feira, outubro 16, 2013
Praia em ti
Tens nos olhos o mar imenso
de uma lágrima que fica por verter
de uma maré toda inteira,
de uma tempestade
ainda por nascer.
Tens na boca a labareda
que encarniça o fim da tarde
tens a língua, a saliva
e a palavra que no peito arde.
Tens a água toda inteira
inundando entre os teus seios
és sereia melodiosa
atraindo-me sem receios.
Tens no fundo do mar
um sentir doce e profundo
tesouro numa caverna
na curva mais secreta que há no mundo!
de uma lágrima que fica por verter
de uma maré toda inteira,
de uma tempestade
ainda por nascer.
Tens na boca a labareda
que encarniça o fim da tarde
tens a língua, a saliva
e a palavra que no peito arde.
Tens a água toda inteira
inundando entre os teus seios
és sereia melodiosa
atraindo-me sem receios.
Tens no fundo do mar
um sentir doce e profundo
tesouro numa caverna
na curva mais secreta que há no mundo!
segunda-feira, setembro 23, 2013
De gatos e pés
Não há dedos como os teus
nas gotas de chuva
nem nas violetas
do jardim na tua casa
onde pisas
um momento
em que os teus dedos brincam
saltitantes
e atrevidos
de mim fica o olhar nocturno
e na tua nudez
sabe-me a malícia gato
de te ver descalça.
nas gotas de chuva
nem nas violetas
do jardim na tua casa
onde pisas
um momento
em que os teus dedos brincam
saltitantes
e atrevidos
de mim fica o olhar nocturno
e na tua nudez
sabe-me a malícia gato
de te ver descalça.
segunda-feira, agosto 05, 2013
Ausência
Entrei pela janela como brisa subindo os ramos da figueira já madura e dando contigo na cama queimando com a pele os lençóis de linho a ténue luz do candeeiro dançava nas curvas do teu corpo nu no movimento permanente da música tocando improvisando um blues a cheirar a jazz num sofrido saxofone envolto em desejo e do sentir que és tu havia na mesa um livro grosso aberto ao acaso numa página qualquer e todas as palavras escritas em letra pequena eram felicidade cheirava-me a tabaco e a incenso por isso não sabia qual de ti estava acordada ainda a noite estava escura e quanto mais escura mais brilhavam as estrelas mais brilhavam os teus olhos mais brilhavam os rios que pulsando de vida te inundavam os vales se eu tivesse mãos e corpo e boca ter-te-ia tocado ter-te-ia abraçado ter-te-ia mordido num beijo entregue suave sentido mas as almas peregrinas dissolvem-se no nevoeiro suportam a saudade e aprendem a viver com a ausência como em tempos viveram liberdade!
terça-feira, junho 25, 2013
Beijo
Falavas do que custa um beijo
do silêncio eterno que antecede o toque
do suspenso momento
o prelúdio inocente da entrega
Falavas dos lábios pétalas
Falavas com os lábios pétalas
Como as flores se beijam dançando
Como a vida louca se celebra
no encontro profundo da tua boca
Falavas de um beijo ao luar
Um beijo quente e perfumado
sem boca
sem olhos
sem mãos
com o corpo todo entregue
de alma e coração
no beijo que fica por dar
mas não fica por receber
dado com o corpo todo
num momento por nascer.
do silêncio eterno que antecede o toque
do suspenso momento
o prelúdio inocente da entrega
Falavas dos lábios pétalas
Falavas com os lábios pétalas
Como as flores se beijam dançando
Como a vida louca se celebra
no encontro profundo da tua boca
Falavas de um beijo ao luar
Um beijo quente e perfumado
sem boca
sem olhos
sem mãos
com o corpo todo entregue
de alma e coração
no beijo que fica por dar
mas não fica por receber
dado com o corpo todo
num momento por nascer.
sábado, julho 28, 2012
Sã Loucura
Como me faltam as palavras no teu silêncio
esse silêncio que me atinge o peito como um coice
que me lavra a solidão mais funda
Na terra árida não há fartura
o leite
a carícia
o ventre pleno
a sã loucura!
esse silêncio que me atinge o peito como um coice
que me lavra a solidão mais funda
Na terra árida não há fartura
o leite
a carícia
o ventre pleno
a sã loucura!
quinta-feira, julho 05, 2012
O Mapa do Teu Corpo
Na tua pele suave
vibrando sob os meus dedos
um mapa de tesouros
escondidos
esquecidos
segredos
Um mapa para ler devagar
ao sabor das ondas
e do vento suão
dos desejos
que desenho em ti
com a palma
da minha mão
Sem pressas juvenis
e sem estradas
definidas
sou um peregrino
trançando um novo caminho
para unir as nossas vidas.
segunda-feira, junho 18, 2012
Hoje a boca
domingo, março 18, 2012
Dedos
lembro-me do chão onde nos amámos
do soalho duro em que moldámos os nossos corpos
e do tecido suave em que nos envolvemos
esta pele de dedos e sol
mármore branco
a tua joia rubi
leite, mel, amêndoas
dedos compridos
dedos atrevidos
imensos
em ti, em mim, na pele
nos sonhos nos segredos
nas coxas
a última peça de tecido
o reduto da moralidade
a fragilidade da muralha
que o desejou derrubou
só não sabe do que falo
aquele que nunca amou!
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