Vi a tua boca imaculada
falar do desejo e do prazer.
Vi lábios que mal beijaram
nunca se sentiram morder.
Colquei a minha mão na tua
e não foste mais que menina
andado comigo na rua.
Disseste que sabias a canela,
a alçafrão das Índias e pratos japoneses
cheios de humidade e brilho.
Mas da inocência dos teus dedos
revelas todos os segredos,
com esse aroma a tomilho.
segunda-feira, outubro 20, 2008
Cristal
Lembro-me dos teus olhos
como facas de um cristal impuro
que se ergue no mar escuro
entre as brumas de uma tempestade
Lembro-me de te olhar
como se caísse num abismo
de vertigens loucas
de sangue quente e pele.
Lembro de ser mastro erguido
rasgando os céus cor de fogo
enquanto a minha quilha
vencia as salgadas ondas
da tua imensa maré.
como facas de um cristal impuro
que se ergue no mar escuro
entre as brumas de uma tempestade
Lembro-me de te olhar
como se caísse num abismo
de vertigens loucas
de sangue quente e pele.
Lembro de ser mastro erguido
rasgando os céus cor de fogo
enquanto a minha quilha
vencia as salgadas ondas
da tua imensa maré.
quinta-feira, setembro 25, 2008
Dois corpos nus
Sobre os lençóis,
mesa de jogo,
dois corpos sem trunfo lançados,
dois corpos nus, abraçados
Gestos de harmonia
plenos de sedução,
fragrâncias orientais:
canela e açafrão.
Dança, jogo, corpo
força, desejo, luta...
beber nos teus lábios a água,
morder no teu ventre a fruta.
mesa de jogo,
dois corpos sem trunfo lançados,
dois corpos nus, abraçados
Gestos de harmonia
plenos de sedução,
fragrâncias orientais:
canela e açafrão.
Dança, jogo, corpo
força, desejo, luta...
beber nos teus lábios a água,
morder no teu ventre a fruta.
sábado, julho 26, 2008
Fio
Olha o que se te desprende da boca,
nessa expressão louca que tens
quando te deixas ir.
Dá-me esse fio de prata
para prender ao teu corpo o meu
para todo o sempre.
nessa expressão louca que tens
quando te deixas ir.
Dá-me esse fio de prata
para prender ao teu corpo o meu
para todo o sempre.
quarta-feira, julho 23, 2008
Soutien (Sustentador de seios)
Fartos morenos cheios,
Colinas estreitando o vale
Esplendor sensacional
Que revelas nos teus seios
E ao ao teu lado exausto
Pelo que tínhamos dançado
Levo ao meu peito
O sustentador emprestado
Não tendo eu que sustentar
Tu ris-te sem inibição
E acertas ao atirar
Que me sustenta o coração
Todo eu tremo de desejo,
Excitação e assombro
Cada vez que dele vejo
A alça a roçar-te o ombro!
Colinas estreitando o vale
Esplendor sensacional
Que revelas nos teus seios
E ao ao teu lado exausto
Pelo que tínhamos dançado
Levo ao meu peito
O sustentador emprestado
Não tendo eu que sustentar
Tu ris-te sem inibição
E acertas ao atirar
Que me sustenta o coração
Todo eu tremo de desejo,
Excitação e assombro
Cada vez que dele vejo
A alça a roçar-te o ombro!
quinta-feira, julho 10, 2008
Debruçada
segunda-feira, julho 07, 2008
Néctar
Era ciúme
lume
de quem não sabia
e sonhava
invejava
o que eu te dizia
Era perfídia
a corroer a razão
amizade
protecção
a esconder
o vazio
a solidão
o sonho
uma rosa brava
perfume do néctar
que a obreira
em mel transformava
lume
de quem não sabia
e sonhava
invejava
o que eu te dizia
Era perfídia
a corroer a razão
amizade
protecção
a esconder
o vazio
a solidão
o sonho
uma rosa brava
perfume do néctar
que a obreira
em mel transformava
quinta-feira, julho 03, 2008
Chove
Chove em um mim poema azul
vestido de liláses e azáleas
perfuma os cabelos da minha inocência
com o incenso sagrado dos teus silêncios
Fura a minha pedra gota a gota
e deixa-me soar como um cântaro
que se sacia na fonte
vestido de liláses e azáleas
perfuma os cabelos da minha inocência
com o incenso sagrado dos teus silêncios
Fura a minha pedra gota a gota
e deixa-me soar como um cântaro
que se sacia na fonte
segunda-feira, junho 30, 2008
Garganta
Garganta em que a tua voz se forma
como vagas de um mar embravecido
onde o doce e limpo mel se entorna
o leite, fecundo e quente, escorre perdido.
como vagas de um mar embravecido
onde o doce e limpo mel se entorna
o leite, fecundo e quente, escorre perdido.
sexta-feira, junho 27, 2008
Leva-me a tua casa
David Lace
Leva-me a tua casa
serve-me o chá quente
e queima-me os lábios
num beijo de movimentos
sábios em que as línguas
se toquem fora da boca
expressão da paixão
tão proibida como louca
que nos impedem de ter
beijar morder
Leva-me a tua casa,
deita-me no chão,
no teu colchão,
e leva-me a países
distantes, em barcos
errantes no oceano
das emoções,
abre o porto de abrigo
e acolhe-me aí,
um pouco a sul
do teu umbigo.
Leva-me a tua casa
serve-me o chá quente
e queima-me os lábios
num beijo de movimentos
sábios em que as línguas
se toquem fora da boca
expressão da paixão
tão proibida como louca
que nos impedem de ter
beijar morder
Leva-me a tua casa,
deita-me no chão,
no teu colchão,
e leva-me a países
distantes, em barcos
errantes no oceano
das emoções,
abre o porto de abrigo
e acolhe-me aí,
um pouco a sul
do teu umbigo.
quarta-feira, junho 11, 2008
Variações de uma tarde de picnic III
"Quando tu, descendo do burrico..."
onde a terra acaba e o mar começa
e o vasto o areal se encosta à serra
chegámos num twingo a toda a pressa
por entre pinhais e estradas de terra
falaste das árvores e da lua
e de represas que o pinhal escondia
e eu que sonhava em ver-te nua
tirei-te, sem veres, uma fotografia
Sem toalhas, sem cesta nem farnel
sentimos a tarde a cair devagarinho
bebi nos teus olhos o doce mel
e sem um beijo fizemo-nos ao caminho
ficou tudo por dizer, nada foi dito
mas não deixei de ter uma linda prenda,
é que tu, quando desceste do burrito,
foste o supremo encanto da merenda.
Variações de uma tarde de picnic II - Mario Cesariny
Homenagem a Cesário Verde
Aos pés do burro que olhava para o mar
depois do bolo-rei comeram-se sardinhas
com as sardinhas um pouco de goiabada
e depois do pudim, para um último cigarro
um feijão branco em sangue e rolas cozidas
Pouco depois cada qual procurou
com cada um o poente que convinha.
Chegou a noite e foram todos para casa ler Cesário Verde
que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!
Aos pés do burro que olhava para o mar
depois do bolo-rei comeram-se sardinhas
com as sardinhas um pouco de goiabada
e depois do pudim, para um último cigarro
um feijão branco em sangue e rolas cozidas
Pouco depois cada qual procurou
com cada um o poente que convinha.
Chegou a noite e foram todos para casa ler Cesário Verde
que ainda há passeios ainda há poetas cá no país!
Variações de uma tarde de picnic I - Cesário Verde
De Tarde (Aguarela)
Naquele pic-nic de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios com duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
Naquele pic-nic de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios com duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
quinta-feira, junho 05, 2008
Na tua mão
Fecha a tua mão,
guarda-me entre os dedos
e espera adormecer.
Depois de adormeceres,
abre-a e deixa-me livre nos teus sonhos.
guarda-me entre os dedos
e espera adormecer.
Depois de adormeceres,
abre-a e deixa-me livre nos teus sonhos.
Tormenta
Giestas negras onde a lua se escondeu
manto branco como a neve as cobriu
mistérios penentrantes de vontade
desejo solto no mar da liberdade
fenda que na terra se abriu.
Altos mastros rasgam na tormenta
lutando contra a bruta natureza
tempestade matando a pureza
do teu sangue canela e pimenta.
manto branco como a neve as cobriu
mistérios penentrantes de vontade
desejo solto no mar da liberdade
fenda que na terra se abriu.
Altos mastros rasgam na tormenta
lutando contra a bruta natureza
tempestade matando a pureza
do teu sangue canela e pimenta.
quarta-feira, junho 04, 2008
Leva-me
Não me beijes os olhos
não me tornes a beijá-los
dançando livre na espuma das ondas.
Não me beijes os ouvidos
com esse riso de criança
olhando a gaivota que não alcança.
Dá-me antes a tua mão
leva-me a lugares
onde o sonho sai de um espelho
e se liberta num chá dançante
e um comboio fabuloso
que arranca violento
e parte a chávena.
não me tornes a beijá-los
dançando livre na espuma das ondas.
Não me beijes os ouvidos
com esse riso de criança
olhando a gaivota que não alcança.
Dá-me antes a tua mão
leva-me a lugares
onde o sonho sai de um espelho
e se liberta num chá dançante
e um comboio fabuloso
que arranca violento
e parte a chávena.
segunda-feira, maio 26, 2008
Sexofone
Era azul como o mar esse pouso
onde o teu corpo nu se deleitava
fervendo incandescente como lava
abandonado à sensação de gozo.
Palavras que ouvias ternamente,
o coração marcava o ritmo certo
e nunca o céu esteve tão perto
e nunca o inferno foi tão quente.
Corriam o suor e outros fluídos
pela pele nua, pela carne fremente.
A boca aberta babando ruidos.
A chama que arde em ti eternamente
É um bailado louco dos sentidos,
Que te liberta o corpo e prende a mente!
onde o teu corpo nu se deleitava
fervendo incandescente como lava
abandonado à sensação de gozo.
Palavras que ouvias ternamente,
o coração marcava o ritmo certo
e nunca o céu esteve tão perto
e nunca o inferno foi tão quente.
Corriam o suor e outros fluídos
pela pele nua, pela carne fremente.
A boca aberta babando ruidos.
A chama que arde em ti eternamente
É um bailado louco dos sentidos,
Que te liberta o corpo e prende a mente!
quarta-feira, maio 21, 2008
A mulher do mágico
by Mario Testino, In Vogue, Maio 2008
Sabes-me agora melhor,
agora que o tempo passou,
que já não és a menina rabina,
mas a mulher, feminina, madura e sensual.
Podes já não ser a mulher do mágico,
mas és, certamente uma mulher mágica!
segunda-feira, maio 12, 2008
Year of the gun - 1991
Eu, que gosto tanto das palavras, esqueço-me que, às vezes, basta o silêncio de um olhar.
domingo, maio 11, 2008
Lila dit ça - 2003
Quando te abriste para mim,
e me revelaste o teu segredo,
corria-me pelo meio das costas,
um rio gelado de medo.
A visão mas sublime
que aos meus olhos ofereces,
é não teres corpo de menina
no momento em que te despes.
Se vencesse este gelo
que me tolda o sentido
e não me deixa reagir
dizia-te como é belo
esse teu lindo postigo
de donzela por abrir.
sábado, maio 10, 2008
Love is just a feeling
Sem ti,
sem pensar em ti,
sem tu estares aqui,
sem lembrar
mas sem esquecer
sem te ter
a me tocar
toco eu
toco-me eu
é o desejo a saciar.
Wild at Heart 1990
Tu és linda, eu sou feio.
E de tão asqueroso,
mau aspecto, monstruoso,
hipotese não tenho contigo.
Mas dentro de cada um,
há um sentir animal,
sexo bruto e carnal,
Cheira a violencia e perigo.
E quando o amor não interessa
rasga tudo e a promessa,
em troca de só sentir.
Fecha os olhos esquece tudo
somos só dois neste mundo,
na carne que está pra vir...
quarta-feira, maio 07, 2008
De pé
A Partir do post Straight in Heart
Não me lances desafios,
Não me faças promessas,
Não me digas que és capaz,
Mas depois estremeças.
Senhora dê-me o meu beijo,
tem de cumprir o que prometeu,
Não esconda o seu desejo,
dizendo que ele é só meu!
Tenho a flecha apontada,
firmeza na minha mão,
E estou prestes a largar
Uma flecha bem treinada
apontada ao coração
sabe como penetrar...
Ver o filme aqui
Não me faças promessas,
Não me digas que és capaz,
Mas depois estremeças.
Senhora dê-me o meu beijo,
tem de cumprir o que prometeu,
Não esconda o seu desejo,
dizendo que ele é só meu!
Tenho a flecha apontada,
firmeza na minha mão,
E estou prestes a largar
Uma flecha bem treinada
apontada ao coração
sabe como penetrar...
Ver o filme aqui
terça-feira, maio 06, 2008
La Lectrice (1988)
Satisfaz-me esta curiosidade,
que trago sempre comigo:
que tens tu debaixo da saia?
O que tens aí escondido?
domingo, maio 04, 2008
in the cut (2003)
E naquelas noites em que,
deitada de barriga na tua cama,
recordas só pra ti
o toque de quem te ama?
terça-feira, abril 29, 2008
Choses Secretes (2002) de Jean-Claude Brisseau II
Esse olhar que me atormenta e me fascina... Mulher? Demónio? ou Menina?
domingo, abril 27, 2008
Vício
Não me pára a vontade, não se me atenua o desejo. Não me esqueço do gosto do teu beijo. Não me esqueço do calor da tua barriga, nem do sal das tuas costas. Nem do mel nas tuas coxas, nem a canela que tempera o teu segredo. Ainda tenho sede das palavras que me sussurras ao ouvido, e dos teus pés descalços na alcatifa, na areia, no mosaico, na madeira, na lã, na banheira, na colcha. As mãos na parede, no meu rosto, nas minhas costas. Deitar-me sobre ti e fazer como gostas. Esperar por ti, por nós, esquecer, morrer para nascer de novo. Liberdade, amor, verdade, olhos, boca, pele, mãos, segredos nus, bailados, corpos presos, amarrados, líquidos, retidos vertidos despejados, misturados, vícios, terminados.
segunda-feira, abril 21, 2008
quarta-feira, abril 16, 2008
Limites
Tu mulher,
e um homem,
um quarto de hotel.
Uma porta
esquecida,
não fechada.
Sons de água revoltada.
Sede, que não se sacia.
Desejo que não omites
emoções que provocam
as mais loucas sensações
e tu vais até ao fim
em atitudes sem limites.
Petra Morzé in Antares (2004) de Götz Spielmann
e um homem,
um quarto de hotel.
Uma porta
esquecida,
não fechada.
Sons de água revoltada.
Sede, que não se sacia.
Desejo que não omites
emoções que provocam
as mais loucas sensações
e tu vais até ao fim
em atitudes sem limites.
Petra Morzé in Antares (2004) de Götz Spielmann
domingo, março 16, 2008
Cálice
tenho o vinho nas veias
a romper-me os muros
e as auroras
tenho os taninos fechados
em aromas proibidos
e o cálice dança ligeiro
entre os teus dedos estendidos
como o desejo de corpos
nas masmorras reprimidos
liberdade, palavra, verdade
puro desejo na língua
na saliva, no lábio, no beijo
e o sangue é vinho a ferver
na garganta o grito a escorrer
e tu dás-me o teu cálice de pé
olhando o infinito
para eu nele beber.
a romper-me os muros
e as auroras
tenho os taninos fechados
em aromas proibidos
e o cálice dança ligeiro
entre os teus dedos estendidos
como o desejo de corpos
nas masmorras reprimidos
liberdade, palavra, verdade
puro desejo na língua
na saliva, no lábio, no beijo
e o sangue é vinho a ferver
na garganta o grito a escorrer
e tu dás-me o teu cálice de pé
olhando o infinito
para eu nele beber.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Mãos
Há mãos que apanham pássaros,
e ovos de cordoniz.
Há mãos que esmagam nozes,
e fazem de almofariz.
Há mãos que batem e lutam,
calejadas de bater.
E há mãos em que eu passeio,
no verão ao entardecer.
Há mãos de homem como as minhas,
e de mulher como as tuas.
De dedos entrelaçados,
as nossas quatro mãos,
são duas.
e ovos de cordoniz.
Há mãos que esmagam nozes,
e fazem de almofariz.
Há mãos que batem e lutam,
calejadas de bater.
E há mãos em que eu passeio,
no verão ao entardecer.
Há mãos de homem como as minhas,
e de mulher como as tuas.
De dedos entrelaçados,
as nossas quatro mãos,
são duas.
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
O teu segredo
foto de Ashley Redding
Esse teu segredo,
que me assusta e fascina,
guarda-lo tu escondido
desde os tempos de menina.
sexta-feira, janeiro 25, 2008
Feitiço do tempo
Luis Royo
Sou eu, o teu velho amante
de quem já pouco recordas.
Apareço nos teus sonhos
E me esfumo quando acordas.
O tempo levou-me tudo
Só as memórias ficaram
dos nossos dois corpos nus
que num só se misturaram
Não sei qual o teu feitiço
que para sempre me encantou
contra a minha vontade
Serei sempre submisso
ao momento que ficou
marcado pela verdade
domingo, janeiro 20, 2008
Quero-te
quero-te nua e vestida
quero-te de mão dada
quero-te menina a brincar comigo
quero-te mulher deitada comigo
quero um beijo, um carinho
quero dormir lentamente e acordar de mansinho
quero conhecer os cheiros da tua casa, a luz que te ilumina
quero beijar a mulher, e amar a menina
quero a alma que me guia
quero a luz que me cega
quero amar-te livre de qualquer tola regra
quero-te de sangue quente
quero-te morder
quero-te toda para mim, enquanto viver
quero-te de mão dada
quero-te menina a brincar comigo
quero-te mulher deitada comigo
quero um beijo, um carinho
quero dormir lentamente e acordar de mansinho
quero conhecer os cheiros da tua casa, a luz que te ilumina
quero beijar a mulher, e amar a menina
quero a alma que me guia
quero a luz que me cega
quero amar-te livre de qualquer tola regra
quero-te de sangue quente
quero-te morder
quero-te toda para mim, enquanto viver
quarta-feira, janeiro 16, 2008
sábado, janeiro 12, 2008
Do outro lado do espelho
Segui-a devagar,
para lá do espelho
onde a correr esbaforido
tinha entrado o coelho.
E fomos juntos
ao chapeleiro louco
beber chá em xicaras
dançantes
E, embriagados
de emoção,
num abraço apertado
rodopiámos numa dança
rodando por todo o lado
E no fim da cerimónia
caídos de exaustão
dormimos muito abraçados
roupas espalhadas pelo chão
Do outro lado do espelho
a terra da fantasia
dormia a sono solto
nesta nova harmonia.
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Fio de sangue
Eu vi o meu corpo
na tua areia morto
eu vi os caranguejos
e os peixes
comerem-me os olhos
e depois de devorado
ficou um fio de sangue
no areal molhado
na tua areia morto
eu vi os caranguejos
e os peixes
comerem-me os olhos
e depois de devorado
ficou um fio de sangue
no areal molhado
terça-feira, janeiro 08, 2008
Não lhe contes
Nunca lhe contes nada
por mais que queiras,
nem a ele nem a ninguém.
Toda a gente tem medos
toda a gente tem segredos
infeliz de quem não tem.
Nunca lhe digas: acabei
não murmures o meu nome
não grites ao chegar ao fim.
Solta a língua num beijo
enterra-o no teu desejo
como me enterraste a mim.
Depois de tudo sereno
passa-lhe a mão no cabelo
no nosso secreto afago.
Não lhe mostres os olhos teus
porque quem olha nos meus
vê a tristeza que trago.
por mais que queiras,
nem a ele nem a ninguém.
Toda a gente tem medos
toda a gente tem segredos
infeliz de quem não tem.
Nunca lhe digas: acabei
não murmures o meu nome
não grites ao chegar ao fim.
Solta a língua num beijo
enterra-o no teu desejo
como me enterraste a mim.
Depois de tudo sereno
passa-lhe a mão no cabelo
no nosso secreto afago.
Não lhe mostres os olhos teus
porque quem olha nos meus
vê a tristeza que trago.
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