quarta-feira, novembro 24, 2010

Um pedaço de sol


Um pedaço de sol na tua boca
nos teus olhos, nas tuas mãos.
Um pedaço de sol a sorrir.
Dás-me de presente
essa luz brilhante
que o dia muda,
que estimula,
que faz diferente.
Uma escada
uma mão e um arrepio,
não é de frio é gente
que deseja
que escuta
que sente
e vê mesmo quando não vê.
Sabe o que sabe
até sabe a que sabe
mas não sabe porquê.

Ah, pudesse eu ser apenas vento
ser brisa que te levanta a saia
ser areia na tua praia
e imiscuir-me em ti.
Esse triângulo que imagino
em ti toda equilibrado,
e a cadeira cinzenta,
a base que representa,
onde fica sedutor
o teu corpo sentado.
Faz um poema comigo
de palavras proibidas
fundidas em corações.
Dá sentido a esta loucura
natureza, carinho, ternura,
profanas orações.
E esse sol que me deste,
ao fim do dia esmorece
deita-se na tua janela,
Se espreitares por ela
o astro redentor
vendo-te tão nua e bela
enche-se de cândido rubor!
Oh sonho de desvario
que na noite me enlouquece
és o sol e és o rio
que me sacia e aquece!

2 comentários:

Tininha disse...

Tão lindo e forte...

Célia Caldeira disse...

chamar-lhe-ia tesão
da mais pura e boa
daquela que não atraiçoa
nem nos deixa na mão

da que vem da alma
que nos sai pelos poros
e que não se incomoda
com o saber ou a razão

sim, sim,
só pode ser tesão