quarta-feira, abril 27, 2011

Lembro-me



Photo by Laysa


Lembro-me da tarde em silêncio
e da espuma que aflorou nas nossas bocas.
Os dedos esculpiram o nosso corpo
em carícias que floriram nos teus olhos.
E neles fui marinheiro
de mar doce e bravio
de prata feita em fio
de desejo resplandecente!
Lembro-me como se fosse igual a hoje
lembro-me porque tudo foi diferente.
Lembro-me de ter tido mãos e seios
de aprender-te enquanto a tarde ia
e a deixar fluir em nós o gosto
que das bocas abertas fluía!
Lembro-me de ser poema em ti
e do espelho quente em que me revia
do corpo que por fim nos pertencia
o mesmo nosso corpo em que o prazer
preenche de sentido o acto de viver!
Lembro-me da tua pele incendiando a minha.
lembro-me do que não posso esquecer!

Lembro-me sozinho
e quem se lembra sozinho
não sabe nunca se é verdade!


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