domingo, dezembro 05, 2010
O teu feitiço
foto de Andrey Slastyonoff
Na luz ténue da sala
a dança das velas
no teu vestido vermelho
labaredas de desejo
e o aroma suave de uma manga madura
Deitada no chão, nua
a fragrância densa
do feitiço milenar
e o calor vivo do amor intenso
Turvam-se-me os sentidos
não penso.
A terra é toda tua
e eu semeando-me em ti
desejo morrer para nascer de novo.
Que leis regem os sentidos?
Que sentir enfeitiça a gente?
Estou contigo e tudo lá fora
desaparece de repente!
sábado, dezembro 04, 2010
Nua
Sem corpo sem barreira
sem nada que não seja teu
sem mentiras nem fronteiras
sem o que o tempo esqueceu
Mulher nua, por ti despida
és viva, és livre, estás quente
és paixão intensa, berço de vida,
és dor de amor, desejo permanente.
E tudo em ti é uma lição
escrita nessa língua de mulher,
só escutando dentro do coração
o que ensinas eu posso aprender!
Esta noite, em tua casa entrei
Jack Vettriano
Esta noite em tua casa
entrei enquanto dormias
vi-te deitada na sala
naquele vestido negro
que te desenha os quadris
sabes, enquanto dormes,
fechas os olhos e sorris!
Fiquei de pé junto à porta
longe do espaço sagrado
do teu corpo dormindo
no escuro sofá deitado!
Só a fragrância que é tua
a atmosfera inebria
e fico a velar por ti
até ao romper do dia!
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Feitiço
Asa de morcego,
dente de aranha.
olho de toupeira
bruxa, embruxa,
enfeitiça,
revolteia
E na noite escura
a bruxa voa livre,
no cabo da vassoura
A bruxa que o tempo
adormeceu
a bruxa que o destino
ensandeceu
a bruxa com o gato
o fuso e o linho
Força da Natureza.
terra, vida, mãe, certeza.
E quem não a sabe entender
Não aceita, persegue,
rejeita,
quer vê-la morrer.
Não há homem que amasse
sem que com isso
não aprendesse a força
que a bruxa põe no seu feitiço!
quinta-feira, novembro 25, 2010
Se me desses
Se me desses só um beijo
desses lábios carnudos
um daqueles beijos
quentes, intensos, mudos
que nos fazem sonhar.
Se me desses a tua Lua
a cada curva do mês?
A lua nova dos teus olhos,
o crescente do teu sorrir
a lua cheia do ventre
que adivinha o que está para vir.
Se me desses o minguante
que escondes com o teu lençol,
de madrugada eu sorria
enquanto a janela abria
para sentir a maresia
e deixar entrar o sol.
E às perguntas todas
que o silêncio esqueceu
sinto no ar a resposta
no cheiro que também é meu!
quarta-feira, novembro 24, 2010
Um pedaço de sol
Um pedaço de sol na tua boca
nos teus olhos, nas tuas mãos.
Um pedaço de sol a sorrir.
Dás-me de presente
essa luz brilhante
que o dia muda,
que estimula,
que faz diferente.
Uma escada
uma mão e um arrepio,
não é de frio é gente
que deseja
que escuta
que sente
e vê mesmo quando não vê.
Sabe o que sabe
até sabe a que sabe
mas não sabe porquê.
Ah, pudesse eu ser apenas vento
ser brisa que te levanta a saia
ser areia na tua praia
e imiscuir-me em ti.
Esse triângulo que imagino
em ti toda equilibrado,
e a cadeira cinzenta,
a base que representa,
onde fica sedutor
o teu corpo sentado.
Faz um poema comigo
de palavras proibidas
fundidas em corações.
Dá sentido a esta loucura
natureza, carinho, ternura,
profanas orações.
E esse sol que me deste,
ao fim do dia esmorece
deita-se na tua janela,
Se espreitares por ela
o astro redentor
vendo-te tão nua e bela
enche-se de cândido rubor!
Oh sonho de desvario
que na noite me enlouquece
és o sol e és o rio
que me sacia e aquece!
quinta-feira, novembro 11, 2010
Quando as palavras se esgotarem
foto by Catarina
Quando as palavras se esgotarem amor
entrarei em silêncio na tua casa
entrarei em silêncio no teu quarto
entrarei em silêncio em ti!
Quando as palavras se esgotarem amor
não inventarei novas palavras
mas terei novos gestos
para descrever o que sinto
para desenhar o que sinto
para dançar o que sinto.
E seremos, em silêncio, dois poemas
e seremos dois, em silêncio
Quando as palavras se esgotarem amor.
segunda-feira, outubro 18, 2010
Hoje roubei-te um beijo
A um certo olhar
Aqueles enormes olhos de mulher menina
que por um segundo registei na memória
eram estrelas de um céu de fantasia
eram palavras que enchiam uma história
eram vento quente e doce
que sopra do deserto
eram vale de espuma num peito aberto
eram faróis no nevoeiro do meu navio
eram silêncio, eram nome, assobio...
Eram apenas dois olhos,
do tamanho do mundo,
mas eram dois livros escritos
num sentimento profundo.
Eram espelhos de uma alma por domar,
bravios salpicos de saliva agitando o mar.
E os dedos desenhavam sem medo
nos espaços que ficam por preencher
o sentir imenso e o segredo,
de uma alma que se agita,
que acredita, que quer viver!
que por um segundo registei na memória
eram estrelas de um céu de fantasia
eram palavras que enchiam uma história
eram vento quente e doce
que sopra do deserto
eram vale de espuma num peito aberto
eram faróis no nevoeiro do meu navio
eram silêncio, eram nome, assobio...
Eram apenas dois olhos,
do tamanho do mundo,
mas eram dois livros escritos
num sentimento profundo.
Eram espelhos de uma alma por domar,
bravios salpicos de saliva agitando o mar.
E os dedos desenhavam sem medo
nos espaços que ficam por preencher
o sentir imenso e o segredo,
de uma alma que se agita,
que acredita, que quer viver!
domingo, outubro 17, 2010
Peregrino
Quadro de Marcello Romeiro
Não há dunas de areia que te aqueçam a pele comigo
Não há sonhos que te mordam o pescoço
E os meus dedos não descobrem em ti mares secretos
E pedaços de céu que se soltam pelos cantos da tua boca.
Não há olhos nos teus olhos, nem carinhos nem afagos,
Palavras a mais, talvez, e gestos vagos, imaginados!
Mas há eu, hás tu e todo um romance por escrever.
Eu peregrino nas suaves planícies do teu ventre
Buscando sem conseguir o segredo da eterna felicidade!
quinta-feira, outubro 07, 2010
Um poema disperso
Foto tirada daqui
Tinha um poema que lancei ao vento
na esperança dele te encontrar,
mas o vento caprichoso não fez senão espalhar.
Vi os meus versos dispersos,
Alguns quedos no jardim,
não os pude abandonar, eram tudo para mim!
Encontrei a primeira rima
bem no meio de umas rosas,
vou envia-la para ti, lê-a logo que possas.
Encontrei mas dois perdido,
por cima dos nenúfares,
Eram os que pediam o favor de me beijares!
Encontrei duas quadras presas,
entre os ramos da vinha,
Era lá que te dizia: Queria que fosses minha.
O poema assim disperso,
perde o sentido e a razão,
vais ter de ler as palavras a direito no meu coração!
sábado, setembro 25, 2010
Caverna de fogo
Uma caverna aberta
lava de fogo corrida
onde o prazer é vida
onde o desejo mais perfeito
cresce e é satisfeito
um pedaço do teu corpo
em forma de coração
onde me encaixo em segredo
onde penetro sem medo
onde te agarro na mão
assim te descobrindo
nessa fenda que vai abrindo
que me aceita em ti
num momento infinito
mordes o labio num grito
o calor em fogo acende
meu corpo todo se agita
numa dança infinita
que ao doce prazer se rende!
sexta-feira, setembro 24, 2010
Sabes o vento?
Sabes o vento que te levanta a saia?
Sabes o tempo que espera que a tua alça caia?
Sabes o olhar que no teu se espraia?
Sabes a boca que sem te tocar um beijo ensaia?
São miragens que o tempo tatua na minha vontade,
momentos que me renovam o desejo.
São a tentação sem nome de tudo o que de ti ensejo!
Esses lábios abertos, num segredo revelado,
esse teu corpo nu em brancos lençóis deitado,
essas mãos deliciosas que meu rosto acariciam...
Seduzem, alimentam, saciam!
O vento na janela
Na janela bateu o vento
e tanto quanto percebi
a cadência da batida
como uma doce melodia
fazia-me lembrar de ti.
Entre silvos e colcheias
de uma estranha balada
de disforme harmonia
compreendi o teu nome
que num sopro uniforme
ao ouvido me dizia.
o mesmo que eu sabia
haver em tempos articulado
ao mesmo tempo que o meu
nome que alguém me deu
por ti era murmurado.
Entre os lábios abertos
e línguas entrelaçadas
silabas soltas
mãos revoltas
frementes
corpos incandescentes
sons desconexos,
aromas, segredos , sexos
e num esgar de prazer,
sinto o mundo tremer,
e um rio é transbordado!
Escrevo em ti um livro
Um dia escrevo
em ti um livro...
talvez te deite de bruços
te levante a blusa
e escreva a primeira quadra
muito a preceito
a tinta de cor preta
sobre o teu rim direito
depois faço um soneto,
por tua coluna acima,
falo do teu jeito de mulher
e do teu sabor a menina
se te soltar a blusa
só por meu bom gozo
faço uma rima malandra
que ponho no teu pescoço ,
Faço por tuas costas,
Uma ode de encantar,
E por falta de mais espaço,
Peço-te para virar,
Vou escrevendo a medo,
Quase temendo o perigo,
Uns versos soltos em segredo
Em redor do teu umbigo.
E uma frase bonita,
Daquelas que dão bom mote,
Atrevido a escrevia
no vale do teu decote,
E com o livro meio escrito,
outro meio por escrever.
Olho para ti e fico
à espera do que fazer!
quarta-feira, setembro 22, 2010
Se um dia te fizesse um poema
Se um dia te fizesse um poema
Se o fizesse a ti,
devia saber a chá de menta,
a sol algarvio,
a tarte de amêndoa.
Devia saber a mulher,
esse gosto secreto
esse aroma discreto
que do mais fundo de ti
inebria o ar.
Teria de contigo me deitar na palha,
misturá-la no teu corpo,
nos teus calções curtos
diluir-me na tua pele.
E no beijo que nunca provei
ser pastor feito rei
aprender nos teus olhos
as ondas, as distâncias, os negros
as palavras amigas,
as palavras não proferidas,
nos lábios que beijam segredos.
E depois do poema feito,
passar-to discretamente
para a mão aberta,
ao teu lado pendente.
Depois encaracolar-te os dedos
e sem que ninguém notasse
deixar o meu cheiro em ti.
E num beijo em que te vejo,
meus olhos nos teus perdidos,
deixar que dois corações
num mesmo peito
dancem unidos!
Se o fizesse a ti,
devia saber a chá de menta,
a sol algarvio,
a tarte de amêndoa.
Devia saber a mulher,
esse gosto secreto
esse aroma discreto
que do mais fundo de ti
inebria o ar.
Teria de contigo me deitar na palha,
misturá-la no teu corpo,
nos teus calções curtos
diluir-me na tua pele.
E no beijo que nunca provei
ser pastor feito rei
aprender nos teus olhos
as ondas, as distâncias, os negros
as palavras amigas,
as palavras não proferidas,
nos lábios que beijam segredos.
E depois do poema feito,
passar-to discretamente
para a mão aberta,
ao teu lado pendente.
Depois encaracolar-te os dedos
e sem que ninguém notasse
deixar o meu cheiro em ti.
E num beijo em que te vejo,
meus olhos nos teus perdidos,
deixar que dois corações
num mesmo peito
dancem unidos!
Deitada na Palha
domingo, setembro 19, 2010
Lúbrica - Camilo Pessanha
Lúbrica
Quando a vejo, de tarde, na alameda,
Arrastando com ar de antiga fada,
Pela rama da murta despontada,
A saia transparente de alva seda,
E medito no gozo que promete
A sua boca fresca, pequenina,
E o seio mergulhado em renda fina,
Sob a curva ligeira do corpete;
Pela mente me passa em nuvem densa
Um tropel infinito de desejos:
Quero, às vezes, sorvê-la, em grandes beijos,
Da luxúria febril na chama intensa...
Desejo, num transporte de gigante,
Estreitá-la de rijo entre meus braços,
Até quase esmagar nesses abraços
A sua carne branca e palpitante;
Como, da Ásia nos bosques tropicais
Apertam, em espiral auriluzente,
Os músculos hercúleos da serpente,
Aos troncos das palmeiras colossais.
Mas, depois, quando o peso do cansaço
A sepulta na morna letargia,
Dormitando, repousa, todo o dia,
À sombra da palmeira, o corpo lasso.
Assim, quisera eu, exausto, quando,
No delírio da gula todo absorto,
Me prostrasse, embriagado, semimorto,
O vapor do prazer em sono brando;
Entrever, sobre fundo esvaecido,
Dos fantasmas da febre o incerto mar,
Mas sempre sob o azul do seu olhar,
Aspirando o frescor do seu vestido,
Como os ébrios chineses, delirantes,
Respiram, a dormir, o fumo quieto,
Que o seu longo cachimbo predilecto
No ambiente espalhava pouco antes...
Se me lembra, porém, que essa doçura,
Efeito da inocência em que anda envolta,
Me foge, como um sonho, ou nuvem solta,
Ao ferir-lhe um só beijo a face pura;
Que há de dissipar-se no momento
Em que eu tentar correr para abraçá-la,
Miragem inconstante, que resvala
No horizonte do louco pensamento;
Quero admirá-la, então, tranquilamente,
Em feliz apatia, de olhos fitos,
Como admiro o matiz dos passaritos,
Temendo que o ruído os afugente;
Para assim conservar-lhe a graça imensa,
E ver outros mordidos por desejos
De sorver sua carne, em grandes beijos,
Da luxúria febril na chama intensa...
Mas não posso contar: nada há que exceda
A nuvem de desejos que me esmaga,
Quando a vejo, da tarde à sombra vaga,
Passeando sozinha na alameda...
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
terça-feira, setembro 07, 2010
Sentir
Foto de Oliver Zahm, aqui.
Sabes as palavras?
Se fechas os olhos e as deixas fluir em ti,
despertam-te os sentidos,
estou a mentir,
adormecem-te os sentidos,
despertam-te o sentir.
Sabes as palavras,
as nossas palavras, não têm um sabor
fixo, nem real nem inventado,
são palavras selvagens
que perturbam o silêncio rasgado
dentro do coração.
Sabes as palavras,
são os meus olhos, que sem ver te conhecem,
são sons por produzir que em silêncio se desvanecem,
as nossas palavras têm sonhos agarrados,
tem pedaços de tinta com que pintamos os nossos quadros
que penduramos nas paredes e ninguém vê!
As nossas palavras são dedos,
suaves compridos, ágeis, com que despimos
a roupa que trazemos vestida
E mostramos um ao outro
os nossos doces segredos.
Como crianças brincamos ao sol doirado,
e em jogo adultos em quartos fechados,
em que o aroma roxo das flores da Malva,
se afoga na saliva.
Encostamos as mãos pelas palma,
e dançamos ao som da nossa música,
que compomos em cada compasso,
e finda a sinfonia,
pausa , silêncio e magia,
Entra o mar em acalmia e adormeço eu
no teu abraço.
segunda-feira, agosto 16, 2010
Verão oculto
No calor que te atormenta o corpo,
que te turva o raciocínio,
que te inquieta a alma.
Quero ser brisa no teu cabelo,
frescura na tua pele,
Que te serena e acalma.
Quero soprar no teu vestido,
ondulá-lo nos teus seios,
quero levantar-te a orla da saia,
sem pudores e sem receios.
Quero ser beijo suave,
numa boca por beijar,
quero-te sentir, quero-te provar.
E no momento certo,
deste sonho assim sonhado.
Não quero ser desperto,
Não quero ser acordado.
Quero continuar a ser brisa em ti,
quero prolongar,
todo o belo que senti!
Enquanto abrasa o calor
e o Verão não chega ao fim,
és mulher do meu desejo,
és doce loucura para mim!
quinta-feira, agosto 12, 2010
Das tuas mãos nascem árvores
Das tuas mãos nascem árvores, flores e frutos.
Plantas sonhos nos canteiros.
És montes, vales e planícies,
és fonte de água fresca,
és leito de ribeiros.
E mais que as palavras que dizes,
que os sonhos que transformas,
é a vontade que te guia
teu desejo não respeita normas.
Nos teus olhos o horizonte parece nunca ter fim,
Guarda dentro do teu peito um lugar só para mim.
Monta comigo um teatro,
Com cenários de fantasia,
Vem trazer ao meu mundo a tua dose de magia.
Vem na brisa do vento,
De braços abertos sem medo.
Ser mulher, ser sentimento,
Dar de beber em segredo!
terça-feira, janeiro 05, 2010
Sabes-me
Sabes-me a mistérios por desvendar,
a um chá no deserto,
ao aroma incerto do café...
Sabes-me a azul, a veludo,
sabes-me a paredes,
a candeeiros de pé.
Armários, peles de coelho,
texturas suaves.
Sabes a planícies verdes,
Sabes-me... sabes?
Sabes-me a proibido,
exótico, clandestido,
sabes-me a ciganas adivinhas,
a brincadeiras do destino.
Sabes-ma a sal a saliva,
a lábios de mel,
sabes-me a beijo a desejo,
sabes-me ao toque da pele,
sabes-me a loucura
a medo,
Sabes-me a furiosa ternura,
sabes-me a sangue
a virginal candura,
tens o aroma do segredo.
Sabes-me a praia a sol,
a florestas, a marfim,
Sabes-me a ti,
sabes-me a mim.
a um chá no deserto,
ao aroma incerto do café...
Sabes-me a azul, a veludo,
sabes-me a paredes,
a candeeiros de pé.
Armários, peles de coelho,
texturas suaves.
Sabes a planícies verdes,
Sabes-me... sabes?
Sabes-me a proibido,
exótico, clandestido,
sabes-me a ciganas adivinhas,
a brincadeiras do destino.
Sabes-ma a sal a saliva,
a lábios de mel,
sabes-me a beijo a desejo,
sabes-me ao toque da pele,
sabes-me a loucura
a medo,
Sabes-me a furiosa ternura,
sabes-me a sangue
a virginal candura,
tens o aroma do segredo.
Sabes-me a praia a sol,
a florestas, a marfim,
Sabes-me a ti,
sabes-me a mim.
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